"Nenhum homem é uma ilha", disse o poeta inglês John Donne. Somos feitos de encontros, de afetos, de trocas. A cada passo, carregamos a memória de quem esteve antes e abrimos espaço para quem ainda virá. Pensando o tempo e as relações de forma circular, recorremos à filosofia bakongo, na tradução de Tiganá Santana: “Eu sou porque fui e re-fui antes, de tal modo que eu serei e re-serei novamente
A partir dessas provocações, o tema da 11ª FLIM toma o conceito de Ubuntu — eu sou porque nós somos — como ponto de partida para lembrar que nossa existência não se sustenta sozinha: é sempre na relação com o outro que nos constituímos. Somos por meio de outros e de outras. Ontem, hoje e amanhã.
Em tempos de isolamento, desigualdade e rupturas, esta edição propõe o contrário: pensar a coletividade como fundamento. A literatura, a filosofia, a psicanálise e as artes são, aqui, territórios de convivência. Neles, descobrimos como o outro nos habita, nos desafia, nos inventa. Cada palavra partilhada é a possibilidade de criar mundos comuns.
Natural do Rio de Janeiro/RJ, Alice é produtora cultural e traz na bagagem uma vasta experiência em festivais literários e editoracão, sendo uma das fundadoras da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP).
Gestora cultural e pesquisadora, Bianca Mantovani trabalha nas interseções entre literatura e artes visuais em diferentes espaços culturais, como o Museu Judaico de São Paulo.
Gestora do Ateliê397 e idealizadora de cursos e palestras relevantes no mundo contemporâneo, Tania trabalhou nas Bienais de 1996 e 1998 no setor educativo, no MASP (1997 – 1999) e no Centro Universitário Maria Antonia-USP.
Pesquisadora, curadora e educadora. É formada em História, mestre em Identidades e Culturas Brasileiras pelo IEB-USP e doutoranda em Estética e História da Arte pelo PGEHA-USP. Atualmente, faz parte do coletivo Vozes Agudas e é assistente curatorial de Mediação e Programas Públicos no MASP.